sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O BANQUEIRO

Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa,  em sua enorme limusina, quando viu dois homens à beira da estrada comendo relva. Ordenou ao seu motorista que parasse


e, saindo, perguntou a um deles:

- Por que vocês estão comendo relva?
- Não temos dinheiro para comida.. - disse o pobre homem - Por isso
temos que comer relva.
- Bem, então venham à minha casa e eu lhes darei de comer - disse o banqueiro.
- Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali, debaixo
daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente o banqueiro. E, voltando-se para
o outro homem, disse-lhe:
- Você também pode vir.

O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois que venham também. - respondeu o banqueiro.

E entraram todos no enorme e luxuoso carro.
Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e disse:
- O senhor é muito bom. Obrigado por nos levar a todos!
O banqueiro respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês
vão ficar encantados com a minha casa... A relva está com mais de 20
centímetros de altura!

Moral da história:
Quando você achar que um banqueiro (ou banco) o está a ajudar, não
se iluda, pense mais um pouco... 

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Douglas C-54G-5-DO

26 de Janeiro de 1955


O Douglas C-54G-5-DO da Air Force USAF com 9 ocupantes sofreu um acidente em pleno oceano Atlântico na localização Estação Meteorológica Oceânica Echo [35 N ° 48 ° W].
Descolou da Base das Lajes (TER /LPLA), com destino a Base Bermuda-Kindley NAS Field (NWU) , Bermudas.

O avião de transporte C-54 estava com pouco combustível e não foi capaz de atingir Bermudas. O piloto abandonou o avião perto do navio da Guarda Costeira Coos Bay.

USAF 38 ANOS DE PERMANENCIA NOS AÇORES

Terá partido do Coronel Olds, do Comando de Transportes Aéreos Intercontinentais dos Estados Unidos, a ideia inicial de utilizar os Açores, em 1941, como ponto de vital importância para o apoio e escala dos seus aviões.
Porém, o governo americano não contava com a obstinada fidelidade do primeiro-ministro Salazar aos tratados firmados entre Portugal e a Grã-Bretanha. A não compreensão desta posição portuguesa traduziu-se na elaboração de um plano para a invasão militar dos Açores.
Após a conclusão do acordo luso-britânico, relativo à concessão de facilidades nos Açores para aviões e navios de superfície, em finais de 1943, três navios da marinha de guerra americana ancoraram ao largo de Angra do Heroísmo. Um deles, o "Abraham Lincoln", transportava a bordo 500 oficiais, sargentos e praças, além do 96.° Batalhão de Sapadores Navais.
A 4 de Janeiro do ano seguinte, instalaram-se no quartel de Santa Rita, então denominado da "Navy", iniciando, quase de imediato, os seus voos de reconhecimento sobre o Oceano.
Pouco tempo depois, instalou-se nas Lajes uma companhia de pantoneiros encarregada da construção de habitações do tipo "quonsethuts" e da pista de aviação.
No decurso da Primavera de 1944, a 1390.° Base do Comando de Transportes Aéreos do Exército Americano levou a cabo numerosas construções e melhoramentos nas instalações existentes.
Não obstante, o crescente volume de tráfego, que originava frequentemente enormes congestionamentos e atrasos, em breve revelou a necessidade da utilização de um outro campo de aviação. Assim, ainda no decurso desse ano, os EUA deram início à construção de um aeródromo na Ilha de Santa Maria.
Em 1945, com a aprovação do Governo Português, o Comando de Transportes Aéreos transferiu a maior parte das suas operações para a Base de Santa Maria, tendo-se criado a 1931.° Base Aérea do Exército dos EUA. Os Açores eram, então, a "Grande Estação Central" do Atlântico para serviço das operações euro-americanas, tendo-se registado nessa época a passagem de cerca de 3000 aviões por mês, verificando-se num único dia a descida de 600 aparelhos.
Em 1946, com a partida dos Ingleses e após a assinatura de um acordo com o Governo Português, os Estados Unidos transferiram definitivamente as suas operações para a Base das Lajes, na Ilha Terceira.
Finalmente, em 1971 foi firmado um novo acordo entre as duas partes, providenciando à continuação das operações militares dos EUA, em tempo de paz, nos Açores, até 4 de Fevereiro de 1974.

Fonte: Revista Ecos do Atlântico de 1981 - Força Aérea Portuguesa

Lockheed L749A-79 Constellation

9 de Agosto de 1954


Uma aeronave Lockheed L 749A-79 Constellation da companhia Colombiana Avianca.
Com 30 pessoas tripulantes e  passageiros, morreram todos no acidente.
Deslocagem da Base das Lajes (TER / LPLA) com destino ao Aeroporto das Bermudas Air Terminal:
As más condições atmosféricas no Aeroporto de Santa Maria, Açores, obrigou a tripulação a desviar para a Base das Lajes.
O voo deixou as Lajes pista 34 cerca das 02:40. Três minutos depois de descolar, o Constellation caiu num terreno elevado a 620m.

Causa provável: "
Falha do piloto ao realizar o procedimento normal da descolagem da pista 34 de um voo para as Bermudas deveria ter feito uma curva para a esquerda em vez de ter feito para a direita e assim voando para as montanhas em vez do mar.
O procedimento a ser seguido foi devidamente explicado ao grupo, tanto no briefing e nas instruções que certamente foram dadas pela torre. Ressalta-se, aliás, que o gráfico das Lajes na rota manual fornecido à tripulação mostra claramente que todas as curvas devem ser feitas para o Nordeste.
A questão de uma curva à direita após a descolagem parece ter sido considerada uma questão secundária pelos membros da tripulação alertada para o facto pelas informações. Eles simplesmente decidiram que tinham de seguir directamente para Ponto Sul, a fim de evitar uma colisão com as montanhas, o ponto mais alto chega aos 7.615 pés.
. A partir da posição que se presume ter sido voada pela aeronave antes do acidente, é evidente que o piloto fez, na verdade, com o intuito de chegar ao Ponto Sul. Ele parece não ter percebido, no entanto, que para isso ele devia que virar para leste na direcção do mar e não para o Ocidente sobre terra.
É necessário mencionar que, de acordo com a sua empresa, esta foi a primeira vez que o capitão tinha aterrado na Base das Lajes, em Santa Maria, já tinha aterrado várias vezes, o procedimento de partida para voos para o Noroeste, na direcção das Bermudas também envolve uma volta para o mar.. A virada em Santa Maria.. é feita para a esquerda, no entanto, como o aeroporto está localizado no extremo oeste da ilha.
O ponto conhecido como Ponto Sul é mostrado e reproduzido na escala01:01 000 000 carta da fig. 30. Um exame da presente carta será imediatamente explicado a razão para a adopção, na área dos Açores controle do procedimento padrão em que as aeronaves são obrigados a voar sobre este ponto antes de prosseguir para a Bermudas, a fim de evitar o terreno elevado, na Terceira, S. Jorge, Pico e Faial.
O Aeroporto das Lajes está localizado no extremo nordeste da Ilha Terceira, a exigência, por razões de segurança, para virar para leste e para o mar a fim de evitar as montanhas da ilha não precisa de comentário especial, sendo evidente, tendo em conta a natureza do terreno.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Avro 685 York I

2 de Fevereiro de 1953













Um Avro 685 York I da Skyways, com 39 pessoas a bordo tripulação e passageiros desapareceu no Atlântico  a 500 km a E de Newfoudland, Canadá. Descolou da Base das Lajes (TER / LPLA), com destino ao Aeroporto de Gander no Canadá
. Avro York G-AHFA descolou da Base das Lajes, nos às 23:25 num voo sobre o oceano Atlântico com destino a Gander no Canadá. Último contacto rádio foi às 05:31, quando uma chamada de SOS foi recebida. Última posição foi latitude 46º 15 'N longitude 46º 31' W. destroços do Avro nunca foram encontrados.

Boeing C 97A Stratofreighter

15 de Outubro de 1951


Um Boeing C 97A Stratofreighter da USAF Air Force com 12 ocupantes desapareceu no Atlântico Norte na sua viagem entre a Base das Lajes (TER / LPLA) e  a base de destino Springfield-Westover AFB MA nos Estados Unidos da América.

O C-97A saiu de Frankfurt Rhein-Main AFB (FRF), Alemanha às 08:36 UTC, de 14 de Outubro de 1951, voou directamente para Lajes AFB Açores, onde aterrou às 16:03 UTC. Após o reabastecimento, o Stratofreighter descolou novamente às 18:51 UTC. Devido a uma avaria, em dois compassos rádio e um altímetro, a tripulação decidiu regressar à Base Aérea das Lajes onde pousou novamente em 20:19 UTC. Devido a programação e o dever de descanso da tripulação, o avião permaneceu durante a noite e descolou às 08:43 UTC, do dia 15 de Outubro. O avião nunca chegou ao seu destino e foi declarado desaparecido sobre o Atlântico Norte.

FORÇA AEREA - 40 ANOS A RAF NOS AÇORES

Alemães interessados nos Açores

o desejo de utilização dos Açores pelas forças alemãs, manifestado pelos estrategas do expansionismo territorial de Hitler, parece datar de 1936 ou 1937, ano em que o navio escola da Marinha de Guerra, Endem Hoklsten, visitou os Açores.
Durante as visitas de 1937 e de 1938, não passou despercebido, aos
mais atentos observadores, frequentes deslocações da tripulação ao interior das ilhas onde, recorrendo a sofisticada aparelhagem, procediam a trabalhos topográficos.
Não subsistiam, portanto, dúvidas quanto ao interesse germânico pelo Arquipélago. Nem sequer os desfiles marciais, as competições desportivas e a exibição de escolas de ginástica - evidenciando, aliás, um inexcedível aprumo e vigorosa disciplina - a que  se dedicavam os marinheiros, escondiam os verdadeiros objectivos da aparente manobra de propaganda do «Reich».
Com dois anos de antecedência sobre o início da guerra, a dupla Doenitz-Ribbentrop procurava já, então, uma posição chave que lhes permitisse o domínio do Atlântico.

Os U·Boat no Atlântico

Após a abertura das hostilidades pelos chamados países do eixo Alemanha, Itália e Japão - em 1939, a Europa encontrava-se em guerra.
Para contrapor à rapidez e ao esmagador poder bélico alemão, os aliados europeus utilizavam técnicas e equipamentos que pouco tinham evoluído desde a I Guerra Mundial.
A entrada dos Estados Unidos da América no conflito, veio revitalizar a energia dos aliados europeus, dando uma nova esperança na vitória.
No entanto, com uma avaliadora precisão e a um ritmo estonteante, os submarinos germânicos vinham infligindo graves baixas aos comboios navais entre os dois continentes, retardando a chegada dos abastecimentos e reforços americanos à Europa.
Esta situação revelava-se intolerável por mais tempo, sob pena de tornar inoperante o gigantesco esforço de guerra americano e de baixar, de novo, o moral das tropas que combatiam na frente europeia.
De realçar que talvez se tenha ficado a dever ao enorme número de submarinos que os alemães colocaram
na água a desistência do projecto imediato de invasão dos Açores quando rebentou a guerra. Na verdade, os submarinos podiam ser reabastecidos, por navios em pleno mar, sem necessidade de aportarem a terra firme.

Churchill prepara invasão das Canárias

Entretanto, informado pelos Serviços Secretos Britânicos das pressões de Hitler e de Mussolini sobre a Espanha, para que esta entrasse no conflito, Churchill desde logo se apercebeu de que, a verificar-se esta hipótese, se tornaria inevitável um ataque espanhol
a Gibraltar.
A perda deste território significava, antes de mais, para a Inglaterra, o fim de qualquer hipótese de intervenção na zona do Mediterrâneo e da manutenção do apoio ao controlo e combate à ofensiva submarina alemã, no Atlântico.
Perante uma tal eventualidade, urgia preparar as coisas de modo a
encontrar uma alternativa.
Ela seria consubstanciada num projecto inglês de invasão das Ilhas Canárias.
Muito embora se previsse um elevado número de baixas nesta operação, a Inglaterra preparava-se também, para, assumir esse risco, pois a «loucura das ilhas» que Hitler vinha evidenciando, aconselhava a uma imediata jogada de antecipação. Contudo,
o projecto alemão para a conquista das ilhas atlânticas não se viria
a concretizar devido à temerária acção do almirante Reader que a ele se lhe opôs com firmeza.
Churchill, no entanto, apressou-se a dar conhecimento do seu plano a
Roosevelt.

Em nome de uma velha Aliança

Contrariamente ao que se tem escrito, partiu do Governo português a
iniciativa das negociações para uma franca e desinteressada colaboração com a causa aliada. Pretendia-se com esta atitude auxiliar a defesa e incrementar a segurança das rotas marítimas
utilizadas pelos comboios navais aliados, alvos de constantes ataques, por parte dos submarinos alemães na zona dos Açores, tendo como consequência directa o reforço das forças aliadas no continente europeu.
Assim, em princípios de Março de 1941, deslocou-se a Londres uma
missão militar portuguesa, chefiada pelo coronel do Estado Maior, Barros Rodrigues.
Seria então que, pela primeira vez, foi reconhecida a importância estratégica das ilhas dos Açores, tendo chegado a ser aventada a hipótese de instalação de uma base inglesa naquele território. Esta sugestão encontrou, na pessoa do Major Humberto Delgado, um acérrimo entusiasta. Após este primeiro encontro, seguiram- se outros em território nacional, com o objectivo de negociar a colaboração solicitada pelo Governo de Sua Majestade Britânica para a utilização de uma base nos Açores, partindo do espírito do Tratado assinado em 1373 entre Eduardo III de Inglaterra e D.Fernando de Portugal.
A 16 de Junho de 1943, o embaixador da Grã-Bretanha em Portugal, Sir Ronald H. Campbell notificou a Salazar que o Governo Britânico partilhava da sua opinião de que havia passado o perigo de uma invasão alemã da Península, podendo-se encarar, à luz da nova situação causada pelo avanço dos aliados, uma colaboração mais directa de Portugal ao esforço de guerra inglês, permitindo-se o uso
de facilidades nas ilhas portuguesas do Atlântico, mormente nos Açores, para o emprego de aviões e navios de superfície. Considerava-se que, deste modo, se poderia infligir uma rápida derrota na campanha submarina alemã no Atlântico, contribuindo para a vitória das Nações Unidas.
A 17 de Agosto de 1943 Portugal e Inglaterra assinavam um Acordo Relativo ao Uso de Facilidades nos Açores, por parte do segundo.

A RAF chega aos Açores

A 1 de Outubro de 1943, uma força britânica constituída por três mil oficiais, sargentos e praças, dos três ramos das Forças Armadas, embarcou no navio de transporte "Franconia», em Liverpool que, acompanhado pelo "Garland» e "Inconstant» iria juntar-se  ao porta-aviões "Fencep" e aos escoltadores "Hanelock», "Burza», "Whitehall» e "Volunteer».
A operação, conhecida pelo nome de código "Alamity», iria colocar na ilha Terceira o equipamento e os homens necessários à instalação de uma base aérea na zona das "Lagens ».
A 8 de Outubro, a Royal Air Force do comando do Vice-Marechal do Ar Geoffrey Bromet, desembarca no porto de Pipas, em Angra, instalando o seu primeiro quartel-general no Castelo de S. Sebastião.
O desembarque no porto de Angra do Heroísmo processou-se com inúmeras contrariedades. Tiveram de lutar contra temporais próprios da época invernia no Atlântico Médio e usaram barcaças de fundo chato para descarregar, tonelada por tonelada, secção por secção, todo o equipamento e abastecimentos necessários. Como se isto não bastasse, o transporte da vila para as Lajes teve de se efectuar com a ajuda de animais. Entretanto, iniciaram-se de imediato os trabalhos, tendentes a cobrir a pista com chapas metálicas e instalando barracas "Nissen» para alojamento do pessoal. Os ingleses ocuparam ainda, os terrenos adjacentes, necessários aos seus serviços.
Pelo fim de 1943 estavam concluídos os trabalhos da pista de aviação, em que se depositavam todas as esperanças.
Os seus quase 2000 m. de grelha de aço, cuja instalação fora obra de quase todos os braços disponíveis dos elementos britânicos e da população local portuguesa, .foram inaugurados pelo brigadeiro Tamagnini Barbosa. A um gesto do General de divisão aérea, Bromet, foi disparado um sinal luminoso vermelho e outro verde (as cores nacionais portuguesas - felizmente, as únicas cores que aquela pistola Very possuía) e o governador civil cortou a fita que era segurada nas extremidades por homens da Royal Air Force e do Exército Português. Uma Fortaleza-Voadora, pilotada pelo Tenente-Coronel P. E. Hadlow, comandante da esquadrilha nº 220, encerrou as comemorações com uma exibição de voo a baixa altitude. Em fins de Fevereiro de 1944, elevava- se já a 13 o número de submarinos atacados, dois dos quais tinham sido afundados.
Praticamente todas as localizações, ataques e afundamentos de submarinos, pelos aviões de Esquadrilhas do Grupo nº 247, foram efectuadas a leste e a nordeste dos Açores, onde as principais concentrações do inimigo tinham sido referenciadas, nas proximidades das linhas de navegação aliadas no Atlântico Central com destino ou em proveniência do Reino Unido.
Na fase inicial da acção do Grupo Anti-Submarino, a maioria dos ataques realiza-se dentro do perímetro operacional de 500 milhas à volta dos Açores. No entanto, durante o mês de Fevereiro de 1944, e com poucas excepções, os submarinos mantiveram- se afastados da orla do "círculo» dos Açores, que se tornara numa área bem protegida e de perigo certo.

O exito da Base das Lajes na vitória aliada

Com a chegada dos ingleses aos Açores, aumentou o número de comboios marítimos aliados cruzando o atlântico, uma vez que a sua missão fora simplificada pela utilização da ba· se aérea.
Em 1942, só no Atlântico Norte, tinham sido afundados 54800001. de navios. No cômputo global do último quartel de 1943, tinham já sido afundados 53 submarinos, muitos outros foram afugentados das suas áreas de reabastecimento, até então seguras, e perderam-se apenas 146 000 1. de navios.
Em 2 de Junho de 1946, terminada que estava a guerra mundial com a vitória dos aliados, as tropas britânicas deixaram a Terceira, procedendo-se à descida do pavilhão inglês e paralelamente ao hasteamento da bandeira nacional no aeródromo das Lajes, numa cerimónia a que, entre outros, assistiram em representação de Sua Majestade Britânica, o Vice-Marechal do Ar, Spackman, e do Governo Central, o Brigadeiro Alfredo Sintra, além do Comandante Militar dos Açores, Brigadeiro Ferreira Pinho.

O discurso do Vice·Marechal Spackman

«(,.,) Em Outubro de 1943 a guerra tinha atingido o seu auge no ar e no mar, contra os submarinos, Os nossos comboios usando a rota norte, combatiam o mau tempo dessas ásperas regiões e ainda combatiam os grupos de submarinos.
Os submarinos operavam ainda na zona de Gibraltar e África Ocidental, tornando-se imperiosa a necessidade de Bases para assegurar' a rota sul não só para escoltar os nossos comboios, mas também para dar caça aos submarinos inimigos.
No dia 8 de Outubro de 1943 após o acordo celebrado entre o Governo Português e Inglês, fizeram-se os primeiros desembarques.
Quinze dias depois deste desembarque, as esquadrilhas do comando costeiro estavam prontas a actuar e trinta dias depois do referido desembarque, foi afundado o primeiro submarino.
Durante os meses seguintes, sete esquadrilhas do comando costeiro desta Base, (cujos números são 220, 206, 233, 172, 179, 269 e 280) saíram para operações,
Fizeram-se três mil cento e quinze (3115) descolagens, num total de 24 978 horas. Avistaram-se trinta e oito. submarinos, tendo-se realizado dezanove ataques,
As Forças Aéreas, tanto as Britânicas como as do Exército e Marinha Americana, jamais esquecerão a boa vontade do povo Português que, na hora mais crítica para nós e no local onde auxílio mais vantajoso podernos-ia ser prestado, cedeu-nos Bases Aéreas que contribuiram grandemente para a condução da guerra,»

Do discurso do Vice-Marechal Spackman

Fonte: Revista Ecos do Atlântico de 1981 - Força Aérea Portuguesa

domingo, 24 de outubro de 2010

Douglas C 54B 1 DC


31 JANEIRO 1951

Um Douglas C 54B 1 DC da Força Aérea Portuguesa, com 14 pessoas  a bordo, saiu do Aeroporto de Lisboa - Portela de Sacavém (LIS /LPPT), com destino à Base das Lajes (TER /LPLA).

Despenhou-se no mar, durante a manobra de aproximação à Base das Lajes.


KB 50 AVIÃO DE REABASTECIMENTO AÉREO

8 de Janeiro de 1962























O KB-50 era o antigo bombardeiro B-29 convertido em reabastecedor aéreo. Tinha uma grande autonomia e atingia grandes velocidades.

Em 8 de Janeiro de 1962, pelas 11:17 a.m. um grande reabastecedor aéreo de 4 motores descolou da base da Força Aérea de Langley, Vírginia, com 8 tripulantes com destino à base das Lajes nos Açores. O Major Bob Tawney era o seu piloto. De acordo com ordens, ele enviava mensagens todas as horas.
Uma frase transmitida, seguia algo como isto:
Este é Tyler 41. Estou em 37º 15 e uma latitude Norte, 70º longitude Oeste às 12:17 p. m., meu nível de voo é de 23.000 pés. Estou a voar com instrumentos, dirigindo 085 graus, velocidade é de 385 mph. A resistência é 11 + horas e meu destino é Lajes. Estou estimar 37º 30 latitude Norte, 65º longitude Oeste para 1 p.m. em seguida 37º 35 latitude Norte, 60º longitude Oeste. Peço para vocês reportarem ao Controle Oceânico de Nova Iorque.
Ás 1 p. m. Tawney ou o seu co-piloto Zoltan Szaloki foram ouvidos por um avião de transporte da marinha que seguia atrás deles cerca de uma hora.
Estavam tentando contactar o controle de Harmon, ou outras estações ao longo da costa leste. Entre as 1:10 e as 1:20 p. m. Tawney conseguiam contactar com o avião da marinha e informavam da sua posição, pedindo para estes retransmitirem ao controle.
Entretanto o avião enfrentava dificuldades, mas Tawney decidiu continuar em direcção aos Açores. Estavam nesse momento a norte das Bermudas sobre o local, onde meses antes havia desaparecido o Pogo 22 (um avião B-52) e 14 anos antes o Star Tiger (um avião Tudor IV).
Por volta das 7 p. m. na base das Lajes estavam ansiosos pela sua chegada, depois de uma busca via rádio não os conseguiu contactar, foi imediatamente requisitada uma busca em grande escala, que teve inicio cerca das 8:15 p. m.. De acordo com COMEASTAREA e COMUSFORAZ, vários comandos da Força Aérea, 162 aeronaves que somaram em 1369 horas de voo, com 7 navios da marinha dos Estados Unidos num total de 49 horas de buscas e 23 navios da Guarda Costeira dos Estados Unidos que totalizaram 236 horas de busca.
Além disso havia 5 navios da Guarda Costeira, que efectuaram todo o trajecto de voo do KB-50 de Langley até aos Açores, numa busca de 412 horas que cobre 440, 820 milhas quadradas do Atlântico, foi a maior busca efectuada ao desaparecimento de um avião ou navio, os resultados desta busca maciça foram mencionados no relatório do acidente.
Ponto um lê-se: Não foram encontrados sobreviventes, impedindo assim uma evidência de prova de acidente, onde basear a investigação. «Caso encerrado». O que aconteceu ao grande avião? O piloto de Virgínia disse que a transmissão de Tawney fora feita aproximadamente a 240 milhas da costa. A Guarda Costeira informou ter encontrado manchas de óleo, aproximadamente a 300 milhas da costa. Assim todos pensaram que o avião deixara de funcionar em alto mar, logo após a última transmissão de Tawney. Entretanto a Guarda Costeira não tinha conhecimento que Tawney tinha estado em contacto com o avião de transporte da marinha, que voava na mesma rota. A sua última
mensagem colocava-o longe do local onde fora encontrada a mancha de óleo, a norte das Bermudas, onde muitos outros haviam desaparecido inexplicavelmente.
A conclusão do relatório é realmente tudo o que pode ser dito. Quando adicionamos outros casos ocorridos na mesma zona, ele torna-se num teste padrão ao mistério inexplicável, a norte das Bermudas, perto do mar dos Sargaços, justificação o fenómeno do Triângulo das Bermudas.

Douglas C 54B 1 DC

23 MARÇO 1945


Um Douglas C 54B 1 DC do Exercito dos Estados Unidos da América partiu da Base das Lajes (TER /LPLA) com destino ao Reino Unido, o C 54 subiu até aos 5000 pés em velocidade de cruzeiro e com uma visibilidade de 20 milhas, nunca chegou ao seu destino. Nessa ocasião um caça Grumman F4F Australiano de um porta-aviões interceptou um Focker Alemão Wulf-FW-200 disparou sobre ele e abateu-o. Um outro C 54 também desapareceu nessa altura mas a sua identidade não foi confirmada.

Douglas C 54A 15 CC

 4 de Janeiro de 1945


Uma aeronave Douglas C 54A 15 CC do Exercito dos Estados Unidos com destino à Base das Lajes (TER / LPLA) teve um acidente fatal na aterragem.

sábado, 23 de outubro de 2010

Foto: O momento exacto de ejecção do assento do piloto


O momento exacto de ejecção do assento do piloto, quando este percebe a iminência de um desastre. Imagem obtida durante o airshow de acrobacias em Idaho (EUA), em 14 de Setembro de 2003.


FORÇA AÉREA NOS AÇORES - 40 ANOS

Um Baluarte do Ocidente
Situada numa área de relevante Importância estratégica que a coloca na mira das atenções de inúmeros países, as Lajes têm actualmente uma missão diversificada e atravessa, neste momento, um período de reorganização.
Desde Junho de 1941, data em que foram instaladas as primeiras Esquadrilhas de aparelhos Gladiador, da então Aeronáutica Militar, até ao presente, a Base Aérea das Lajes atravessou profundas mudanças estruturais e operacionais que lhe granjearam a fama que tem hoje.
É da evolução histórica da Aeronáutica Militar no Arquipélago dos Açores que vos fala o artigo que apresentamos em seguida.
A França tinha sido prostrada por fulminante invasão e a Inglaterra sozinha, enfrentando o poderio germânico, vencia no céu Britânico a Luftwaffe, conquistando o domínio do ar com a sua heróica aviação de caça, neutralizando a possibilidade da Invasão da Ilha.
Sobre a Península Ibérica palrava a ameaça duma invasão germânica, objectivo estratégico de grande Importância para futuras operações no Mediterrâneo e no Atlântico.
É nesta conjuntura que são mobilizadas as forças expedicionárias para os Açores, entre as quais se contam as duas esquadrilhas de caça das bases aéreas da OTA e de Tancos. A chegada e os primeiros voos.
Em meados de Maio de 1941 a Base Aérea n.º 2 na OTA e a base Aérea n.º 3 em Tancos são incumbidas de organizar duas Esquadrilhas de Caça equipadas com aviões Gladiador. Uma destina-se às Lajes na Ilha Terceira e, a outra, a Santana em S. Miguel.
No dia 3 de Junho, as referidas esquadrilhas que tomaram os números 1 e 2, pernoitaram na Secção de Adidos da Graça, sendo transportadas, na manhã do dia 4, para o cais da Rocha do Conde de Óbidos.
A Esquadrilha de Caça n.º 1, como se lê na primeira Ordem de Serviço, datada de 14 de Julho, tem a comandá-la o capitão Piloto Aviador Rodrigues Costa e possui como efectivos, um Capitão, um Aspirante Médico, quatorze Sargentos, do serviço geral, Pilotos e Mecânicos, dezasseis Cabos Pilotos, Radiotelegrafistas, Pilotos, Mecânicos, Enfermeiros e 59 Soldados do serviço geral, rádio e condutores A Esquadrilha de Caça n.º 2, comandada pelo então Tenente Piloto Aviador Manuel Pinto Machado Barros, é constituída de acordo com a primeira Ordem de Serviço datada de 22 de Junho, por quatro oficiais subalternos sendo um médico, quatorze sargentos e furriéis, pilotos, do serviço geral, mecânicos e mecânicos radio-montadores, dezanove cabos, pilotos, mecânicos, radiotelegrafistas, enfermeiros e de infantaria, 59 soldados na sua totalidade do RI n. O 11, de Setúbal, unidade à qual lhe foi retirada a bandeira por conduta militar repreensível.


A 4 de Junho as duas esquadrilhas embarcam no cargueiro Mirandela, que, também, transportava os aviões Gladiator» que as equipavam, bem como viaturas, munições e combustíveis.
Antes do navio desatracar, o então Sub-Secretário do Exército, capitão Santos Costa, acompanhado pelo Chefe do Estado Maior do Exército, General Taco de Miranda Cabral, pelo Director da Aeronáutica Militar, Brigadeiro Piloto Aviador, Ribeiro da Fonseca e Capitão Piloto Aviador Rodrigues Costa, passou revista às Esquadrilhas Expedicionárias.
Seguiu-se o desfile com a presença de grande assistência. O Mirandela que desatracou na tarde do dia 4, foi fundear a meio do Tejo, ficando a aguardar instruções secretas.
O pessoal que mantinha uma excelente disposição fez jus à terceira refeição, servida a bordo, contrariando os projectos do Comandante do navio que contava com os efeitos do enjoo para economizar na verba da alimentação.
Na noite de 4 para 5, depois da visita de um emissário do Ministério da Guerra o Mirandela rumou direito aos Açores.
Na manhã do dia 8, após uma excelente viagem, sem se avistar qualquer barco na imensa superfície do mar, o Mirandela chega a Ponta Delgada, primeiro ponto de escala. Desembarcada a Esquadrilha n.º  1, destinada ao Aeródromo de Rabo de Peixe, o navio permaneceu naquele porto até completar a descarga.
Na noite de 11 para 12, o navio largou para Angra do Heroísmo, onde chegou na manhã do dia 12, tendo fundeado na Baía.
Aguardavam o desembarque da Esquadrilha n. 2, que se fez pelo cais da Alfândega, o Comandante Militar instalada
Ilha Terceira, o Comandante naval e outros oficiais.
Seguidamente a esquadrilha desfilou pelo centro da cidade, dirigindo-se ao RI 17 (Castelo de São João Baptista) onde ficou aquartelada cerca de uma semana.
Os aviões seguiram encaixotados para o Aeroporto das Lajes num camião embarcado em Lisboa, para o efeito.
Seguiu-se o reconhecimento do Aeródromo pelo Comandante da Esquadrilha, Tenente Machado Barros, para avaliar das possibilidades operacionais e instalação do pessoal.
Foi necessário requisitar 4 casas, situadas na área do aeródromo e aguardar que as mesmas fossem entregues com a urgência requerida. A população desalojada dos terrenos onde se instalou a esquadrilha interrogava-se acerca da razão daquela presença.
Há data da chegada da Esquadrilha de Caça n.º 2, já ali se encontrava uma equipa de engenharia militar, comandada pelo Capitão Engenheiro Magro Romão, que tinha quase concluída a faixa paralela ao edifício conhecido por Engenho do Álcool.
Com as casas devolutas, o aproveitamento dos caixotes dos aviões e ainda a utilização do edifício do engenho do álcool, instalou-se a esquadrilha, procedendo-se às mais diversas tarefas de organização, manutenção, defesa imediata e anti-aérea.
As medidas de segurança adoptadas, controlando a entrada de pessoal estranho à unidade, provocou certa reacção de ressentimento nos elementos do exército, privados de observarem e consequentemente comentarem a vida dos aviadores, que o espírito de emulação provocava. Entretanto, organizara-se o Posto de tripulado pelo Comandante da Esquadrilha, que se transfere para o Campo da Achada onde os outros aparelhos depois de montados se lhe juntam.

Até 26 de Agosto, data da conclusão do aeródromo das Lajes, as tripulações e demais pessoal inerente, eram transportados todas as manhãs para a Achada, a fim de fazerem o seu treino operacional.
A rotina diária consistia no voo de reconhecimento do tempo, em volta da Ilha, no sobrevoo do oceano em direcção às ilhas do grupo central, a grande altitude, na manutenção de uma patrulha de alerta, a qual normalmente recebia ordem para deslocar e realizar exercícios controlados pelo Posto de Comando, reconhecer navios de guerra que se aproximavam da Ilha, ou, ainda, algum comboio marítimo aliado que passava ao largo da Terceira e, por tal facto, dispensavam grande penetração no oceano.
No dia 1 de Agosto, a esquadrilha de caça n.º 2, foi visitada pelo Presidente da República, General António Óscar Carmona, o qual quis felicitar pessoalmente o Tenente Piloto Almeida Cabral pela exibição acrobática que efectuara sobre o navio presidencial, fora das águas territoriais.
No período em que o Brigadeiro Ramires assumiu o Comando Militar dos Açores, a Esquadrilha n.º 2 manteve-se em alerta permanente durante vários meses.
A 13 de Abril é divulgada na Ilha Terceira a nota oficiosa em que o Governo informa da concessão de facilidades à Grã-Bretanha.
Esta nota culminava num longo processo durante o qual os americanos colocaram de parte a «Operação lronbelt » (citando Luciano Mota Veiga) para ocupação militar dos Açores seguindo-se a realização de conversações entre a América e a Inglaterra por um lado e este País e Portugal por outro.
Em fins de Junho, as Forças da Aeronáutica são colocadas na dependência parcial do Comando Geral de Aeronáutica nos Açores, precursor da Zona Aérea e actual Comando Aéreo.
O Coronel Alfredo Sintra foi o primeiro a assumir aquele Comando.
Entretanto, nas Lajes, em 2 de Julho, a Ordem de Serviço n.º 18, já do Grupo de Esquadrilhas Expedicionárias n.º 2 (criado em 15 de Junho anterior), assinada pelo Major Joaquim D' Almeida Baltazar, indica que «em conformidade com o Quadro Orgânico recebido, se publica a organização desta Unidade que fica assim com:

a) Comando e duas Esquadrilhas de Caça com os números 2 e 4.

b) Que a Esquadrilha de Caça n.o2 Expedicionária a esta Ilha, passe a fazer parte integrante do Grupo.

c) Que a Esquadrilha de Caça n.º 4 será organizada e incorporada no Grupo oportunamente».

Ainda em Julho, chega às Lajes o primeiro JU52 em missão do que hoje se denomina Transportes Aéreos Militares.
Tinham sido inauguradas instituída Lisboa as carreiras aéreas para os Açores numa organização inteiramente militar. Em Ponta Delgada quem desejasse utilizá-las dirigia-se ao Comando de Aeronáutica.
Durante este mês, mais precisamente a 19, a Base Aérea n.º 5 deu inicio à preparação do transporte dos aviões Gladiator para o Continente. O pessoal navegante aguardando colocação, executa as suas horas de voo nos aparelhos JU52, da Base Aérea n.º 4. Mais tarde irão ser instruídos na pilotagem dos novos aviões de caça, ingleses, que viriam a equipar a nossa aviação militar.

De Esquadrilhas a Bases Aéreas
Em 4 de Agosto de 1942 e segundo narra o artigo 6.° da Ordem de Serviço do Grupo de Esquadrilhas  n. 2, por determinação superior, as Forças de Aeronáutica nos Açores constituem as Bases Aéreas números 4 e 5. E do seguinte teor a nota enviada, em Julho, do Comando de Aeronáutica, em Ponta Delgada, para Santana e Lajes:
 «130/Ae
 Para os devidos efeitos se transcreve a Nota n.º 3818/M da Repartição do Gabinete do Ministro da Guerra de 13 do corrente mês: CÓPIA Sua Excelência o Sub-Secretário de Estado determina que as Forças de Aeronáutica nos Açores, constituam as Bases Aéreas n.º 4
no Aeródromo de SANTANA em São Miguel e n.º 5 no Aeródromo das LAGENS na Ilha Terceira.
Mais me encarrega o Excelentíssimo Senhor de dizer a Vossa Excelência que aos Aeródromos serão fixados os nomes acima indicados».
De acordo com uma determinação do Comando Aéreo datada de 19 de Agosto, a Esquadrilha de Caça n.º 2, passa a depósito da Base Aérea n.º 5, assumindo interinamente o Comando da Unidade o Alferes Artur MA Tamagnini Barbosa.

Chegada da RAF
Cerca de dois meses depois, a 8 de Outubro, chega à Ilha Terceira o Grupo 247 das Forças Inglesas, comandado pelo Vice-Marechal do Ar, Geoffrey Bromet.
Neste período chega também a Santana um Destacamento da Royal  Air Force - RAF - que se destina a apoiar os aviões britânicos e americanos que utilizam o aeródromo.
É, também, por esta altura que a United States Air Force - USAF -inicia a construção do Aeródromo de Santa Maria. Nas Lajes efectuam-se, então, obras de melhoramento.
Em 1 de Agosto de 1946, é nomeada a Comissão Liquidatária da BA n.º 4, a que preside o Major Homem de Figueiredo. Em Santana ficou um único destacamento assegurando o controlo e a assistência aos aviões americanos, britânicos e da Sociedade Açoriana de Transportes Aéreos - SATA.
Em Santa Maria prepara-se afanosamente a próxima abertura do aeródromo ao tráfego civil. Humberto Delgado é então enviado em missão de inspecção, que efectua em 21 de Setembro.

A 27 do mesmo mês o Destacamento dos EUA que aqui se encontrava estacionado vai juntar-se ao das Lajes de onde saiem os restantes elementos do Destacamento inglês de regresso ao seu País. As missões continuam a decorrer com a normalidade usual, desdobrando-se em actividades de busca e salvamento e em voos meteorológicos.
A 14 de Julho de 1944, em determinação publicada na Ordem de Serviço n.º 196 da Base Aérea n.º 4 é criada a Esquadrilha n.º 3. Substitui a Esquadrilha de Caça n.º 1 e é equipada com aviões do tipo Mohawk. Os Gladiator regressam definitivamente ao Continente. Em fins de 1945, os britânicos entregam à Base Aérea n.º 4 as instalações e equipamentos que utilizaram até então em Santana.
Com a aproximação do desfecho da II Guerra Mundial e a restituição das Lajes à vista, as atenções concentraram-se sobre a futura utilização do aeródromo o que provocou um forte diferendo entre a Aviação Comercial e a Aviação Militar e de que atestam os jornais regionais da época.
Durante o ano de 1946, a Base Aérea n.º 4 vai reduzindo gradualmente os seus efectivos e até meados do ano os aviões da base regressam ao Continente.
A 30 de Maio é celebrado o Acordo Luso-Americano relativo às facilidades de trânsito para os aviões dos EUA.
No cumprimento do acordo estabelecido com os ingleses, realiza-se no dia 2 de Junho, uma impressionante e emotiva cerimónia de devolução da Base das Lajes à Nação.
Ressurgimento
Mais tarde, a 27 de Junho, é publicada uma Portaria do Ministério da
Guerra, organizando, em novos moldes, a Base Aérea nº 4 que doravante «passará a ter a sua sede no Aeródromo das Lajes». A nova Unidade é destinada essencialmente à fiscalização da Soberania Portuguesa nos céus do Arquipélago.
Pela Ordem de Serviço n.º 1, da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, datada de 11 de Julho de 1946 e assinada pelo Tenente Coronel Jorge Metelo de Nápoles Manuel refere-se a chegada de 423 homens, desembarcados no mesmo dia do Vapor Guiné, para a Guarnição da Unidade.
Vinham do Comando Geral da Aeronáutica, e procediam das seguintes unidades:
BA1, BA2, BA3, Escola do Exército, BT, BSCF, SS, DAE, EPE, CDML, BE, Colégio Militar, DM, RC7, 2.' CTH, EIAC/1 e 2, DMA, EPI, RI 1, 3, 5, 7, 11, 12, 15 e 16, BC 1, 4, 5, 6 e 9, BI 17 e 18, Bm 1, 2 e 3, RE 1 e 2, GCTA, RA, RC2, 4, 5 e 6, EPC, 1.',2.' e 3.' CS, 1.° GCS, EIAC 1 e 2, GACA 1,2 e 3.
Apesar da sua heterogeneidade o grupo soube ultrapassar os obstáculos surgidos e pôs em funcionamento a nova Unidade. Numa festa de homenagem ao Comandante Jorge Metelo, organizada pelas Praças, aquele havia de enaltecer o facto de em tão curto espaço de tempo se ter formado um bloco tão uno e homogéneo.
No início de Março de 1947 chegam às Lajes, vindos da América do Norte, os primeiros aparelhos Boeing B-17 «Fortalezas Voadoras» e os Loockeed C-54 «Skymaster» que irão constituir, futuramente, os meios aéreos da unidade. As quatro Fortalezas Voadoras e o Skymaster agrupam-se de imediato na célebre Esquadra de Busca e Salvamento n.º 41 cujo lema «Para que outros vivam» foi mais tarde adoptado pela BA 4.
Autorizados a visitar as obras em curso nas Lajes, os jornalistas que em 14 de Abril ali entraram, relataram mais tarde, com surpresa «o mundo que vieram encontrar», formando uma «pequena cidade com dois mil habitantes ».
Estas obras, na sua primeira fase, empregaram mais de mil trabalhadores locais tendo o Governo dispendido nelas a importância de onze mil contos.
Entre as inúmeras estruturas que se encontravam em construção, contava-se a actual Torre de Controlo cuja conclusão se tornava diariamente mais urgente face ao fluxo de tráfego verificado, no qual se incluíam as novas aeronaves e as do «Air Transport Comand» da USAF.
No ano seguinte, em finais de Fevereiro, o Governo Português torna pública uma das notas que constituíram a base do Acordo para a continuação da cedência de facilidades à aviação dos EUA, nas Lajes, em troco de facilidades na aprendizagem e no treino de pessoal e aquisição de material.
Essa nota vinha com data de 2 de Fevereiro de 1948.
De 1948 a Agosto de 1980, mês da chegada dos primeiros aparelhos FIAT G91 que hoje formam a Esquadra de Ataque n.º 303, actividade da «pequena cidade» manteve-se inalterada centrando-se na Instrução, Busca e Salvamento, Patrulhamento Marítimo e Transportes. Contudo, o valor geoestratégico do Arquipélago, e em particular das Lajes, tem levado a que não só a Base tenha sempre operado em conjunto com as Forças dos EUA como, também, a que o Aeródromo seja tema de discussão e simultaneamente palco de grandes acontecimentos, como a passagem de tropas e equipamentos em situações de conflito ou em momentos de crise mundial.
Aquando da renovação do contrato para cedência de facilidades ao Governo dos EUA, em 1948, o Governo Português reservava-se o direito de ceder iguais facilidades à Grã-Bretanha. Todavia, em 1971, a situação criada pela utilização das Lajes pelas Forças Americanas, embora sem a renovação do Acordo de 1957, levou a que o Governo Português, ressentido pela posição assumida pelos EUA face à guerra que travava nos territórios ultramarinos colocasse a questão nos seguintes termos: ou o Acordo é renovado ou a Base das Lajes será entregue à OTAN para utilização restrita do serviço da Aliança e nada mais. A intransigência portuguesa nesta matéria levou à assinatura de um novo acordo com os EUA ainda no decurso desse ano.
Presentemente, conforme editorial dum jornal diário lisboeta em 31 de Março de 1981, o Governo Português não se mostra contrário a ampliar a concessão de facilidades militares, mas não poderá, evidentemente, fazê-lo sem condições, uma vez que Portugal não está interessado em transformar-se num porta-aviões americano no Atlântico. Essas condições supõem um novo Acordo que terá de manter ou reforçar as formas de fiscalização do Governo Português sobre a Base e deverá ser concebido de modo que não interfira com as relações de Portugal com outros países, acautelando-se, ao mesmo tempo, os interesses específicos da Região Autónoma dos Açores.
A Invasão dos Açores e das Ilhas de Cabo Verde fazia parte dos planos de Hitler no segundo ano da Guerra
WASHINGTON - Pelos documentos alemães apreendidos e agora revelados pela Secretaria de Estado, verifica-se que Hitler embriagado com os seus primeiros êxitos militares projectava em 1940 invadir a Grã-Bretanha, a Rússia, a Islândia e Gibraltar, o Noroeste de África, o canal de Suez Dakar, as ilhas Canárias, os Açores e as ilhas de Cabo Verde.
Porém, o Estado Maior alemão, adoptou uma atitude menos optimista
e mais cautelosa do que Hitler, quanto ao êxito das invasões projectadas pelo Fuehrer, e constantemente tratava de o dissuadir, dos seus grandiosos planos. Hitler, aparentemente, acariciava a ideia de invadir a Grã-Bretanha, simultaneamente, mas o seu Estado Maior declarava que essa operação era «totalmente impossível».
Hitler teve a ideia de levar a cabo desembarques de tropas na Irlanda, com o consentimento deste país, para atacar a Grã-Bretanha, de flanco. Em meados de 1940, o Fuehrer estava convencido de que a guerra contra a Grã-Bretanha terminaria rapidamente, e falava constantemente da construção de uma poderosa esquadra alemã,  «depois da guerra», para a sua próxima luta com os Estados Unidos.
Durante o decorrer da guerra e quando se convenceu finalmente, de que a luta não terminaria em poucos meses, como se lhe afigurava a princípio, Hitler, começou a fazer preparativos para se apoderar da maior parte possível do Mundo, antes de que os Estados Unidos entrassem no conflito. - (U.P.).

Fonte: Revista Ecos do Atlântico (1981)- Força Aérea Portuguesa
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