terça-feira, 27 de março de 2012

GUERRA COLONIAL Nord Noratlas na Guerra do Ultramar


No inicio da década de 60, com o eclodir da luta armada nas províncias ultramarinas, a FAP foi obrigada a alterar o seu plano de aquisições, tendo sido colocado a enfase no desenvolvimento de uma força aérea táctica, com unidades operacionais e de cooperação com o exército e um comando de suporte logístico apropriado. O re-equipamento dos Transportes Aéreos Militares começou em 1960, com a aquisição de seis aviões Nord 2502-A Noratlas à companhia aérea francesa UTA, sendo inicialmente registados de F-BGZA a F-BGZG, e depois 6401 a 6406, seguido de mais seis aviões da Nord Aviation, com os números de série 6407 a 6412, para equipar a Esquadra de Transporte Médio na BA-2. A estes foram adicionados dezanove Nord 2501D Noratlas entregues pela Luftwafe, que receberam os números de série 6413 a 6430, na generalidade similares aos anteriores, mas faltando os reactores nas pontas das asas.
Seis destes foram oferecidos depois aos governos de Angola e Moçambique, e dez permaneceram ao serviço da FAP.
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Apresento-vos, uma breve história da FAP, e desta bela Máquina, trata-se do avião Noratlas 2501, e suas variantes, conhecido na gíria por (NOR):
1.- Os primeiros aviões Noratlas (Nord) que chegaram à FAP em 1960, no total de 6 (seis), foram aviões modelo Nord 2502A, com reactores, que foram adquiridos à companhia aérea francesa UTA, tendo sido registados na FAP com os nº 6401 ao 6406, formando, no final do ano de 1960 na BA2 da OTA, a primeira Esquadra de Nord's designada de nº 91, que foi destinada à BA9 de Luanda - Angola.
2.- A segunda Esquadra de 6 (seis) aviões Nord.s 2502F, com reactores, encomendados à Fábrica Francesa Nord Aviation pela FAP, foram registados com o nº 6407 ao 6412, designada de nº 102 e destinada à BA10. Foi formada na BA2 da OTA, e transferida no ano de 1962 para a BA10 da Beira - Moçambique. Na qual, fui incorporado desde a sua formação onde permaneci durante quatro anos em Moçambique.
3.- A terceira Esquadra de 6 (seis) aviões Nord.s 2501E, sem reactores, chegaram em 1969 à BA12 de Bissau, na Guiné, com aviões usados recebidos da Luftwafe, Força Aérea da República Federal Alemã.

4.- A quarta Esquadra de aviões Noratlas da FAP, foi formada em de 1969, BA3 de Tancos, com 6 (seis) aviões modelo Nord 2501H, sem reactores, com aviões recebidos da Luftwafe, Força Aérea da República Federal da Alemanha.
5.- Os restantes aviões Noratlas, modelo 2501, recebidos durante e após 1969, foram reforçar as respectivas Esquadras A FAP, tendo havido o registo na FAP dum total de 31 aviões Noratlas, dos quais, 12 com reactores, modelo 2502, os restantes 19 aviões, sem reactores, modelos 2501.
6.- Estes aviões revelaram-se duma grande eficácia para o transporte de carga, de volumosos e pesados caixotes, de aviôes T6-Harvard e Fiat G91, veículos terrestres militares e civis, passageiros civis e militares, transporte de tropas para deslocação nos vários teatros de Operações Militares, lançamento de Pára-quedistas completamente equipados em operações, e lançamento sem pára-quedas de víveres e equipamentos. Podendo operar em qualquer pista curta, e improvisada. Devendo-se esta sua extrema eficácia ao excelente trem triciclo de grande robustez e há sua altura, e principalmente o modelo Nord 2502, com sua potência disponível fornecida pelos reactores.
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Avião bimotor de asa alta, equipado com motores Hércules em estrela. De origem francesa, os primeiros aviões chegam a Portugal em 1962, vindos da Argélia, e foram deslocados para Luanda onde equiparam a Esquadra n.º 92 da Base Aérea 9.
Actuaram dois modelos:
O Nord 2502 que além dos dois motores convencionais dispunha de dois pequenos reactores auxiliares na ponta das asas, utilizados na descolagem ou em situações de emergência;
O NORD 2501 que não possuía reactores na ponta das asas.
Estes aviões foram utilizados em missões de transporte de passageiros e carga, em carreiras regulares ou inopinadas, sendo possível fazer o lançamento de carga em paraquedas através das portas laterais ou do fundo do avião, depois de retiradas as portas traseiras. Também era utilizado para lançamento de tropas pára-quedistas em missões de treino ou operacionais como aconteceu, por exemplo, no norte de Moçambique na operação “Nó Górdio”. Realizava também missões de evacuação de doentes ou feridos, sobretudo quando as evacuações eram durante a noite e os locais dispunham de pista adequada para este tipo de avião. Outro tipo de missão em que podia intervir era o de busca e salvamento, em terra e no mar, de aviões ou outros meios acidentados ou considerados desaparecidos.
A sua tripulação era composta por dois pilotos (comandante de bordo e co-piloto), navegador, mecânico de voo, rádio telegrafista e 2.º mecânico. Tinha uma capacidade de 34 lugares sentados, podendo essa capacidade ser excedida no caso de transporte operacional de tropas. O peso máximo à descolagem era de 23.000 Kg. no caso dos modelos 2502. A sua autonomia podia chegar às 12 horas com depósitos suplementares (caso de deslocações  a Portugal) mas normalmente andava com uma autonomia de cerca de 4:30 horas, a fim de reduzir o peso de combustível devido às limitações de peso à descolagem e porque de uma maneira geral esse combustível era suficiente para as rotas voadas em Angola. Este aparelho actuou também em Moçambique onde estava sediado na Esquadra n.º 102 da Base Aérea 10, na Beira.
Tratava-se de um aparelho com a forma de um fuso, conhecido pela população nativa de Angola como o “barriga de ginguba”, isto é, “barriga de amendoim”, o que revelava um sentido de observação perspicaz e ao mesmo tempo irónico.
O Nord Atlas já revelara as suas boas características na guerra da Argélia. Tratava-se de um aparelho versátil, de trem triciclo muito robusto perfeitamente adequado para a operação em pistas curtas de terra. Foi um avião que prestou serviços relevantes na guerra colonial onde, no total, realizou centenas de milhar de horas de voo.
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2 comentários:

  1. Onde dizem Nogordio deviam dizer ZETA. Onde saltaram paraquedistas para a Base Limpopo. Também lá estive

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