terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Cientistas criaram uma Inteligência Artificial que consegue ler os seus pensamentos


Conforme os cientistas da computação tentam fazer as máquinas pensar e aprender como humanos, o meio termo ocupa-se a tentar usar a Inteligência Artificial para ler as nossas mentes.

No mais recente avanço, cientistas da Universidade de Kyoto, no Japão, estudaram redes neurais profundas e descobriram que os computadores têm a capacidade de, pelo menos, visualizar o que os humanos estão a pensar.

Antes de nos ultrapassarmos a nós próprios, vale a pena recordar que a tecnologia é incipiente e aplica-se apenas em condições ideais. Se não gostar da fotografia de perfil de alguém, o seu computador não vai registar isso e divulgá-lo ao mundo. Dito isso, a nova tecnologia tem certamente impressionantes – senão sinistras – aplicações potenciais.

Os investigadores lançaram as suas descobertas – que a Inteligência Artificial pode ser utilizada para descodificar pensamentos – no BoiRxiv.

Este conceito não é sem precedentes. A aprendizagem de máquinas tem sido, com suceso, utilizada em conjunto com imagens de ressonância magnética para produzir representações visuais do que a pessoa está a pensar, embora apenas quando se trata de simples imagens binárias.


Foi mostrado aos participantes no estudo imagens naturais, de vida selvagem, por exemplo, formas geométricas e letras alfabéticas durante variáveis comprimentos de tempo. A atividade do cérebro foi registada, com um computador “descodificando” a informação para produzir visualizações da imagem anteriormente mostrada e como essa imagem se manifesta nos pensamentos do cérebro.

A equipa japonesa usou isso para aperfeiçoar novos métodos mais avançados de “descodificação” de pensamentos usando a Inteligência Artificial. A visualização, por exemplo, agora estende-se a imagens mais “sofisticadas” e hierárquicas – a equipa tweetou um exemplo de uma imagem de uma coruja em primeiro plano, com um humano em grande parte oculto, visualmente mal definido, escondido por trás. Então cultivaram uma técnica para reconstruir a imagem com base na atividade cerebral.

A capacidade de “leitura mental” da IA, afinal, é muito mais matizada do que pensávamos. Os pixels binários já “passaram à história”, com a equipa de Kyoto a provar que a IA pode detectar os objetos.

Um dos cientistas que fez a descoberta, Kamitani, falou com a CNBC sobre a rapidez com que as técnicas estão a mudar: “O nosso método anterior era assumir que uma imagem é constituída por pixels ou formas simples. Mas é sabido que o nosso cérebro processa informações visuais extraindo hierarquicamente diferentes níveis de características ou componentes de diferentes complexidades”.

“Essas redes neurais ou modelo IA podem ser usados ​​como uma proxy para a estrutura hierárquica do cérebro humano”, concluiu.

Além disso, descobriu-se que a tecnologia ainda funcionava mesmo quando os participantes pensavam numa imagem, e não apenas quando estavam a processar ativamente essa imagem.

E quais as aplicações potenciais? A Inteligência Artificial a ler-nos a mente não é propriamente um pensamento reconfortante, mas também não é uma desgraça.

A tecnologia de “leitura mental” poderia permitir que um dia sejam criadas imagens ou arte apenas através da imaginação. Para quem sofre de alucinações, os médicos passariam a conseguir vê-las, ajudando a melhorar os cuidados psiquiátricos.


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